sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Bem-vindo ao blog “O petróleo Também é Meu!”


O objectivo deste espaço é de proporcionar informações, oferecer uma análise independente e facilitar um debate informativo sobre a indústria petrolífera em Angola. O blog é parte de uma campanha nacional que visa promover uma gestão responsável, transparente e sustentável da indústria petrolífera em Angola.

 
Para Angola, o petróleo é absolutamente fundamental, uma vez que tem sido o grande motor do crescimento económico, representa para cerca de 50% do PIB, 95% das exportações totais do país, nos últimos 3 anos a produção petriolífera esteve a volta dos 640 milhões de barris anuais. As reservas petrolíferas estão avaliadas entre 13,2 e 13,5 milhões de barris[1]. Sendo o segundo produtor da Africa Subsaariana, os principais destinos das exportações petrolíferas são a China e os EUA. Com o alto preço do petróleo no mercado mundial, isso equivale a grandes receitas para o país, mas existem dúvidas sobre a boa gestão destas receitas[2].

Os bilhões de dólares em receitas petrolíferas passam através da Sonangol – a empresa petrolífera estatal – são reinvestidas e distribuídas desigualmente pelo sectores socio-económicos do país. Não se consegue compreender como é que um país que é um dos maiores produtores de petróleo de Africa apresenta os seguintes indicadores sociais de acordo com o IBEP[3]: apenas 8,5% da população em Angola tem torneira na sua residência ligada a rede de distribuição de águas, ou seja 91,8% da população tem acesso a água potável de fontes alternativas, 59,6% da população tem acesso ao saneamento básico apropriado e apenas 27,4% da população tem acesso a energia electrica.
As empresas multinacionais em Angola recebem praticamente passe livre no que diz respeito aos danos ambientais e socias causados pela sua actividade de exploração, uma vez que não existe ainda regulamentos especificos que as responsabilize pelos danos causados ao meio ambiente. A questão de governação e transparência do sector petrolífero são divergentes, e variam de fonte para fonte, mesmo incluindo as fontes nacionais[4]. As comunidades que vivem em regiões a onde o petroleo é produzido, têm tido muitos problemas com a exploração tais como impactos ambientais, a escassez de peixe, entre outros problemas que têm sido ignorados.
O petróleo de Angola é de todos os angolanos e é nosso direito exigir que haja transparência e responsabilidade na gestão deste recurso para assegurar que as receitas do petróleo beneficiem igualmente todos os angolanos.


[1] Cfr. Relatório Económico de Angola. CEIC 2012.
[2] Cfr. Relatório Receitas Petrolíferas em Angola, Muito Mais Informação, Mas Sem Transperência Suficiente.
[3] Inquérito Integrado sobre o Bem Estar da População
[4] Cfr. Relatório Receitas Petrolíferas em Angola, Muito Mais Informação, Mas Sem Transperência Suficiente.



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