sexta-feira, 3 de maio de 2013

BP tem stocks controversos para combater derrame de petróleo

Tim Webb, Luanda
The Times
Publicado 26 de Abril 2013
 
A BP tem utilizado um dispersante tóxico, Corexit, que é proibido na Grã-Bretanha, tendo o mesmo dispersante sido utilizado após o desastre do Golfo do México, um  grande derrame offshore.  De acordo com o presidente regional da BP Angola, Martin Morris, o grupo tem Corexit suficiente armazenado em Angola para lidar com 50 mil barris por dia de derrame, durante dez dias.

A BP deverá produzir mais petróleo offshore durante este ano em Angola do que no Golfo do México. A BP planeja uma grande campanha de perfuração em águas profundas do próximo mês de Abril em blocos "pré-sal" – assim chamados porque as jazidas de petróleo estão por baixo de uma grossa crosta de sal no subsolo marinho.

Jackie Savitz, vice-presidente adjunto da campanha nos EUA no grupo ambientalista Oceana, disse: "Os dispersantes são tóxicos. Eles oferecem uma falsa sensação de segurança. Corexit não fez o derrame no Golfo do México desaparecer, pois somente mudou a maneira como aparecia". Ela admitiu que era difícil provar o impacto que o dispersante tem, mas acrescentou: "As pessoas não aceitam que não esta bem despejar produtos químicos tóxicos no ambiente aquático natural aonde nós temos a nossa comida."

Cerca de três milhões de litros do produto químico tóxico foram despejados no Golfo após o desastre da plataforma Deepwater Horizon, há três anos. A BP acredita que o Corexit quebrou a mancha, impedindo que o petróleo atingisse a costa da Louisiana em grandes quantidades. Mas pouco se sabe sobre o impacto ambiental de longo prazo do uso do produto químico tóxico em uma escala sem precedentes, e a questão tem dividido os cientistas.

A Agência de Protecção Ambiental, órgão regulador dos EUA, deu a BP 24 horas em Maio de 2010 para encontrar uma alternativa menos tóxica, mas a empresa disse que Corexit foi o dispersante menos prejudicial e adequando. Logo depois, a EPA ordenou a BP a cortar o uso de Corexit até 75%. O organismo mais tarde liberou estudos científicos que mostram que Corexit não era mais ou menos tóxicos do que os oito outros dispersantes alternativos que também foram testados.

A BP reforçou sua resposta a um derramamento de petróleo desde então. A Empresa agora tem um dispositivo de nivelamento concebido para lidar com qualquer caso de derrame em Angola. Mas já que isso pode levar cerca de 30 dias para implantar, a empresa, no entanto, tem que usar grandes quantidades de dispersante.

Morris disse: "Nós temos um grande volume de dispersante disponível no caso de um problema. É a mesma coisa que usamos no Golfo do México. Eu não estou ciente de haver nada melhor no mercado de  momento. "

Bob Dudley, chefe executivo da BP, defendeu o uso de Corexit na recente reunião anual do grupo, dizendo que foi aprovado pela EPA, com autoridades dizendo que os níveis de toxicidade não foram piores do que xampu comum.

Mas os ambientalistas argumentam que, apesar do dispersante ajudar a manter o petróleo fora da superfície do mar, as substâncias químicas que contém podem ser prejudiciais a vida marinha e a cadeia alimentar marinha.
(Traduzido do original em Inglês.)

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